PASTOR GILCIMAR LOPES
ESTUDO DO LIVRO DE AMÓS
PARTE 1

INTRODUÇÃO
A Data e os Antecedentes. O primeiro versículo da profecia de Amós,
junto com 7:10-13, coloca o profeta no meio do século oitavo A.C.,
contemporâneo com Uzias de Judá e Jeroboão II de Israel. Uzias, rei de
Judá, reinou cerca de cinqüenta anos (791-740 A.C.), e teve sucesso
num certo sentido. Ele derrotou os inimigos de Judá e fortaleceu os muros
de Jerusalém. O país foi próspero sob a sua liderança, e durante algum
tempo a influência de Amós foi espiritualmente construtiva. Mas Uzias
estava provavelmente sob a influência de Jeroboão, rei de Israel. O
reinado de Jeroboão de aproximadamente quarenta anos (793 - 753 A.C.) foi
extremamente auspicioso, e sua influência eclipsou o de Uzias em
praticamente todos os setores. Em sua liderança religiosa, Jeroboão, tal
como o primeiro Jeroboão, filho de Nebate, encorajou deliberadamente a
prática dos cultos à fertilidade (II Rs. 14:24, 25). Ele não excluiu
a adoração de Jeová, mas paganizou-a pelo acréscimo de colunas, imagens e
terafins (Os. 2:13, 16, 17; 3:4; 4:12; 10:2; 11:2). A vida social da
nação foi caracterizada pelo adultério, furtos e assassinatos. O luxo dos
ricos era baseado na injustiça e na opressão dos pobres (Amós 2:6-8;
3:15; 4:1; 5:7-12; 6:3-6; 8:4-6; Os. 4:1, 2, 11-13; 6:8, 9; 12:7, 8). Crê-se
generalizadamente que Amós profetizou em cerca de 760 A.C. O período de
Amós foi um período de segurança política para Israel, que se refletiu no
orgulho e negligência das classes governantes.
A luta com a Síria terminou com a vitória de Israel; Jeroboão
tinha restabelecido "os termos de Israel, desde a entrada de Hamate
até ao mar da planície" (II Rs. 14:25). Esta atitude de
negligência caracterizou os últimos anos do reinado de Jeroboão e não o
princípio dele. A ameaça do poder assírio sob Tiglate-Pileser III (745-727
A.C.; veja comentário sobre Amós 1:14) ainda não se desenvolvera. O
terremoto mencionado em 1:1 não ajuda na determinação mais definida da
data do ministério do profeta.
A Vida de Amós. Amós era nativo de Tecoa, localizada no deserto de
Judá, 19,2 quilômetros ao sul de Jerusalém. Era um pastor,
que suplementava seus ganhos tomando conta de sicômoros (figueiras bravas;
1:1; 7:14, 15). Não há registro de sua família. Deus o chamou enquanto
apascentava seu rebanho. Sua declaração de que o Senhor o chamou
diretamente (7:15) coloca-o ao lado de todos os profetas
que experimentaram uma revelação direta de Deus. Embora Amós
fosse nativo de Judá, profetizou no Reino do Norte. Sua pregação despertou
tal antagonismo, entretanto, que ele retornou a Judá, onde registrou a
sua mensagem. A maneira de Amós escrever indica que ele não era
uma pessoa inculta, mas tinha profundo conhecimento de história e
dos problemas de sua época. Sua linguagem, rica em figuras e símbolos,
está ao lado dos mais finos estilos literários do Velho Testamento.
A Mensagem de Amós. A grande proclamação no começo desta profecia (1:2) estabelece o tom da mensagem de Amós. A voz do Senhor, como o rugido de um leão, será ouvida em julgamento desde Sião. O profeta revela a corrupção espiritual sob o formalismo religioso e prosperidade material da época (5:12, 21). Ele castiga os líderes pela deterioração da justiça social e da moral (2:7, 8), e destaca seu total desrespeito para com a personalidade e direitos humanos (2:6). Ele insiste que o povo de Deus deve buscar o Senhor e se arrepender e que deve impor a justiça para que haja vida (5:14, 15). Mas como o povo de Israel não se arrependia, nada mais restava para ele a não ser a destruição (9:1-8). O Dia do Senhor será uma asserção das reivindicações do caráter moral de Deus sobre aqueles que o repudiaram. Quando isto for reconhecido, ficará estabelecida a glória do prometido reino davídico; e esse dia é inevitável (9:11-15). A mensagem de Amós é principalmente um "grito por justiça".
ESBOÇO DO LIVRO DE AMÓS
I. Profecias contra as nações, 1:1 – 2:16.
A. Sobrescrito e proclamação. 1:1, 2.
B. Acusação das nações vizinhas. 1:3 – 2:3.
C. Acusação de Judá. 2:4, 5.
D. Acusação de Israel. 2:6-16.
II. Três sermões contra Israel. 3:1 – 6:14.
A. Uma declaração de juízo. 3:1-15.
B. A depravação de Israel. 4:1-13.
C. Uma lamentação pelo pecado e destino de Israel. 5:1 –
6:14.
III. Cinco visões da condição de Israel. 7:1 – 9:10.
A. Os gafanhotos devoradores. 7:1-3.
B. O fogo consumidor. 7: 4-6.
C. O prumo. 7:7-9.
D. Oposição eclesiástica. 7: 10-17.
E. O cesto de frutos maduros. 8: 1-14.
F. O julgamento do Senhor. 9:1-10.
IV. A promessa da restauração de Israel. 9:11-15.
Comentários
Enviar um comentário